Jogos Olímpicos no Rio podem ter estimulado a prática esportiva na infância

A realização das Olimpíadas no Brasil e a expectativa da conquista de medalhas podem ter estimulado a prática esportiva na infância, afirma dr. Alessandro Felix, médico ortopedista do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe).

prática esportiva na infância

“A atividade física recreativa é muito importante para a saúde esquelética da criança. Ela ajuda a desenvolver equilíbrio e a coordenação motora, além de prevenir a obesidade infantil, melhorar a fixação do cálcio nos ossos e proporcionar melhor qualidade do sono.  Esses benefícios, quando cultivados até a maturidade, previnem o desenvolvimento algumas doenças como osteoporose, dores ósteo-articulares, hipertensão, diabetes e certos transtornos psiquiátricos ”, destaca o especialista, que trabalha no Grupo de Ortopedia Pediátrica do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE).

No entanto, para o médico, é muito importante diferenciar o esporte competitivo do esporte recreativo. “A decisão pela competição deve sempre partir da criança. O papel dos pais deve ser o de incentivar, participar e acompanhar seu filho em competições. Não deve haver cobranças ou comparação do desempenho das crianças. Estas atitudes causam frustrações e ansiedade, afetando o desenvolvimento psicológico, podendo, até mesmo, provocar depressão na infância”, observa.

Do ponto de vista do desenvolvimento músculo esquelético, a prática esportiva na infância é recomendável a atenção para o surgimento de dores nos membros inferiores que persistam mesmo após repouso.

“Na infância, uma atividade de alta intensidade pode sobrecarregar parte da cartilagem de crescimento e provocar deformidades nos membros inferiores”, alerta o especialista. O médico explica que, até os seis anos de idade, a criança desenvolve a coordenação motora e habilidades, como equilibrar-se, correr, agarrar objetos, arremessar, compreender o espaço à sua volta.

“Nesta fase, ela já pode ter seu primeiro contato com o esporte, se for o seu desejo. O ideal é se apresentar as diferentes modalidades de forma lúdica, a fim de que experimentem diversas modalidades esportivas. Nem sempre as crianças seguem o treinamento de sua primeira escolha, mas é importante a possibilidade dessa exploração.”

“Dos sete aos doze anos de idade, a criança começa a expressar aptidões físicas. Esse é o momento ideal para a escolha de um determinado esporte. É indispensável evitar treinos com movimentos repetitivos ou exaustivos, bem como a cobrança extrema por resultados.”

“Dependendo do esporte, os acessórios de proteção não podem ser dispensados, assim como os calçados adequados para cada modalidade. O desgaste assimétrico dos calçados não é motivo de preocupação, eles deve ser trocado periodicamente e quando esse desgaste ocorrer, mantendo o modelo e marca a que a criança se adaptou.”

O médico diz que não existe um esporte ideal e completo para cada faixa etária. “A natação, por exemplo, desenvolve bem o aparelho cardiorrespiratório e múltiplos grupamentos musculares, mas não desenvolve equilíbrio e coordenação motora tanto quanto outros como o futebol, por exemplo, que, por sua vez, não trabalha de forma direta a musculatura dos membros superiores.

“A prática de esporte na infância deve ser motivada pelo prazer e assim trazer benefícios físicos e psicológicos. Correr, brincar, socializar, pensar em estratégias de competição e compartilhar sucessos e fracassos contribui efetivamente para que a criança tenha uma infância saudável.”

O Grupo de Ortopedia Pediátrica do HSPE atende diversas patologias ósteo-articulares da infâncias. Contamos com 3 profissionais médicos ortopedistas, médicos colaboradores, médicos residentes, pós-graduandos , fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. São realizados cerca de 400 atendimentos mensais e até 12 cirurgias ao mês.

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