Tratamento Cirúrgico de Fratura do Planalto Tibial com Fixador Externo Híbrido

Ayres Fernando Rodrigues1, Eduardo Angoti Magri2, Charlles de Oliveira Luz3, Danilo Canesin Dal Molin4, Juliano Valente Lestingi5

1. Assistente do Grupo de Trauma do IAMSPE

2. Assistente do Grupo de Trauma do IAMSPE

3. Residente do IAMSPE

4. Residente do IAMSPE

5. Chefe do Grupo de Trauma do IAMSPE

RESUMO

Os autores apresentam a técnica para tratamento de fratura de planalto tibial com
extensa lesão de partes moles com fixador externo híbrido e sua evolução.
Descritores: Planalto tibial, fixador externo híbrido.

SUMMARY

The authors report an alternative technique for treatment of tibial plateau fracture
with huge lesiono f soft tissue with hibrid extern fixation and your evolution
Keywords: Hibrid extern fixation, tibial plateau fracture.

INTRODUÇÃO

As fraturas da extremidade proximal da tíbia são de difícil tratamento, sobretudo
as com cominuição metafisária. Resultam de forças compressivas axiais combinadas, ou
não, com estresse em varo ou valgo. Os princípios de tratamento envolvem a redução
anatômica da superfície articular e a restauração funcional do eixo mecânico do membro
inferior. A opção cirúrgica a ser escolhida envolve fatores como: perfil do paciente, condi-
ção do envelope de partes moles, tipo da fratura e outros traumatismos associados.

Em traumas de baixa energia, desde que os tecidos moles não sejam um fator adverso,
a cirurgia deve ser realizada em um único tempo com osteossíntese definitiva.
Em traumas de alta energia deve-se pensar no principio de controle de danos, com
manutenção do alinhamento do membro enquanto se aguarda a resolução das más condições
de partes moles.

INDICAÇÃO CIRÚRGICA

• A variação relatada de depressão articular que pode ser aceita vai de menos de 2 mm a 1 cm

• Instabilidade maior que 10 graus com o joelho completamente estendido, em comparação com o lado contralateral

• Fraturas expostas

• Síndrome compartimental

• Lesão vascular associada

Vantagens do uso de fixador externo: mínima desvitalização de partes moles, mantém

o comprimento e o alinhamento, possibilitando apoio parcial da carga e inicio de

exercícios de amplitude de movimento.

PLANEJAMENTO PRÉ-OPERATÓRIO

• Avaliação clinica do paciente

• Avaliação neurovascular do membro

• Radiografias do membro

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TÉCNICA CIRÚRGICA

O paciente é posicionado em decúbito dorsal horizontal em mesa radiotrasparente,

com o membro acometido sendo visualizado em toda sua extensão nas incidências anteroposterior

e perfil através de fluoroscopia.

Posicione dois fios paralelos à articulação, com o maior ângulo possível entre eles.

Estes fios devem respeitar a zona de segurança (observe a localização do nervo peroneal)

da tíbia proximal.

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Conecte um anel que permita a flexão do joelho aos dois fios.

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Tencione os fios até a redução adequada. Corte e dobre as extremidades e posicione as tampas de proteção.

Insira os parafusos de Schanz na superfície antero-medial da tíbia, conforme determinado durante planejamento pré-operatório. A haste de fibra de carbono deve se estender proximalmente para conectar os pinos de Schanz ao anel fixador hibrido.

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PÓS-OPERATÓRIO

• Imediato: carga parcial, mobilização ativa e passiva com amplitude total de joelho e tornozelo

• Liberado carga total com 6 semanas de pós -operatório

• Retirado o fixador com sinais radiológicos de consolidação óssea.

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